POESIAS

 

 

 

DECLARANDO


Ela tava na beira da estrada
De pé, ca mão no quexo a suspirá!
Eu bem por detraiz dessa danada
Fui chegano, chegano inté chegá

Cheguei escondidinho dessa fada
Vestida de vermeio e de aventar
Entanse quis confessá minhas maçadas
Mais quá, cadê corage pra falá

Afinar pra num ficá que nem mudo
Arresorvi falá,mais falá tudo
Que o peito da gente as veis enzige

E com ar de quem não arreseste
Bem na oreia da moça
Eu disse PESTE!
E ela asustano respondeu VIGI!!!

 

 

 

ROCEIRO

            Autor desconhecido

O Zé chegano da roça
Queixoso do calorão
Senta na beira da choça
Desembainha o facão
Apara uma paia grossa
Atira as ponta no chão
E na porta da palhoça
Vai picano o fumo bão
Tira o apareio o roceiro
Ao lábio leva o cigarro
Soprano o fogo no isquero
Olha a cinza, dá um escarro
O´ta fuminho de chero
É o fumo que não tem sarro!

 

 

 

COZINHEIRA

Eu trabaio numa casa
Muito rica e muito boa
Mais o que mais me aborrece
É o ciúme da patroa

Ela fica o dia intero
Espiando o meu patrão
Que vai sempre co cigarrinho
Ascende lá nu fogão

Outro dia eu tinha feito
Um gostoso vatapá
O patrão sabendo disso
Quis do quituti prová

A patroa que raivosa
Na cozinha entro então
Encontro o maridinho
Co a colhe na mão

Eu fiquei atrapaiada
Sem sabê o que faze
Gritei logo! Farta azeite de dendê

A patroa que furiosa
Disse anssim;
Não sua pamonha
O que farta pro meu marido
É um pouco de vergonha.

 

 

 

ERA E NÃO ERA

            Autor desconhecido

Era e não era imagine vanceis
Eu andava viajano
Andava correndo muito
Quando um dia
Anssim de surpresa
Arrecebi uma triste nova
Meu pai ia pra cova e eu ia nasce.
Isso era estúrdio
Mais o que fazê?
Saí na disparar, mais vortei
Vortei pra traiz

Topei numa arve de figo
Carregadinho de pesco maduro
Trepei por ela arriba
E toca apanhá maçã
Mais veio o dono do feijoá e berro
Oh! Tinhoso, que tu ta apanhano
Pimentão mangarito e bucha
No sapezal anheio
Eu ia arrespondê
Mais o marvado cato
Um moio de repoio
E me sento na testa
Uh! Festa, me esbandaio o joeio.

 

 

 

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI EM POMBAS

            Élio Roldan Anderson

Vai-se a primeira bomba disparada,
Vai-se outra mais.. .mais outra.. .Enfim , centenas de bombas
Saem dos arsenais apenas
A terrível guerra é deflagrada

É a guerra que tantas e tantas vidas ceifa
De jovens, de homens e suas famílias.
Destruindo lares, que horríveis cenas
Pondo aves em bando e revoadas
Também nos oceanos em combates
Os homens, aos milhões, destroem-se morrem
Como se fossem piores que animais

É o mundo atual em que vivemos
Duro, mas havendo alguém a quem amar- mos
Ainda é possível haver PAZ